Diabetes e Trombose. Pessoas com diabetes têm um risco maior de desenvolver trombose, isso porque a hiperglicemia afeta diretamente os vasos sanguíneos e o fluxo sanguíneo, tornando a circulação menos eficiente.
Se você tem diabetes ou conhece alguém que convive com a doença, entender essa relação é fundamental para prevenir problemas e garantir mais qualidade de vida. Continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre como o diabetes influencia a coagulação do sangue, quais são os fatores de risco e as principais estratégias para evitar a trombose.
Relação entre Diabetes e Trombose
Um dos debates mais comuns que vem acontecendo na comunidade médica é se o diabetes, por si só, representa um fator de risco independente para trombose venosa profunda (TVP) ou se a condição ocorre com maior frequência em associação com outras complicações do diabetes, especialmente aquelas que levam à hospitalização e à imobilidade constante, como neuropatia periférica e artrite reumatoide.
De qualquer forma, seja um fator de risco independente ou uma consequência secundária, a pesquisa mostrou que os diabéticos têm quase 30% mais probabilidade de desenvolver TVP recorrente do que os não diabéticos.
Como o Diabetes Afeta a Circulação Sanguínea
A hiperglicemia prolongada é capaz de causar danos aos vasos sanguíneos, afetando a função das plaquetas e tornando o sangue mais propenso a sofrer coagulações. Além disso, a inflamação crônica e o estresse oxidativo presentes nos quadros de diabetes podem contribuir para o desenvolvimento de trombos. Entre os principais fatores que agravam os riscos estão:
- Dano vascular: os níveis de glicose elevados prejudicam as paredes dos vasos sanguíneos, tornando-os mais rígidos e menos eficientes no transporte de sangue;
- Disfunção endotelial: a capacidade dos vasos de se dilatarem e contraírem adequadamente fica comprometida, favorecendo o acúmulo de plaquetas e a formação de coágulos;
- Aumento da agregação plaquetária: o sangue dos diabéticos tende a ser mais viscoso, facilitando a formação de trombos.
Papel do Metabolismo da Glicose na Formação de Trombos
O metabolismo da glicose desempenha um papel crítico na produção, ativação e eliminação das plaquetas, o que sugere mecanismos pelos quais as pessoas com diabetes têm maior risco de desenvolver trombose.
As plaquetas são fragmentos celulares que brotam da medula óssea e entram na circulação. Em função normal, elas cessam o sangramento por agregação e coagulação nas lesões dos vasos.
A trombose ocorre porque as plaquetas são ativadas devido aos eventos que acontecem nas plaquetas ou eventos que acontecem na parede dos vasos sanguíneos.
Em pessoas com diabetes, as plaquetas usam muita glicose e são hiperativas. Plaquetas hiperativas são a base de muitos problemas vasculares que surgem no diabetes. Além das mudanças no metabolismo da glicose nas plaquetas, outras mudanças no diabetes podem impactar as plaquetas, como aumento de citocinas inflamatórias, aumento dos níveis de certos lipídios e ácidos graxos.
Diabetes e Fatores de Risco para Trombose
A trombose é uma condição que pode ocorrer tanto em veias quanto em artérias, sendo classificada em:
- Trombose Venosa Profunda (TVP): formação de coágulos nas veias profundas das pernas, que podem se deslocar para os pulmões e causar embolia pulmonar;
- Trombose Arterial: pode levar a eventos cardiovasculares graves, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Pessoas com diabetes apresentam maior risco de desenvolver essas condições, especialmente quando associadas a fatores como:
Estes também são fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2, apesar de o risco de tromboembolismo venoso ser elevado tanto em pacientes diabéticos tipo 1 quanto nos de tipo 2.
Sintomas de Trombose
Os sintomas da TVP podem ser leves, como dor leve e vermelhidão, ou calor da pele próximo à trombose. No entanto, existem casos em que a condição também pode ser assintomática, ou seja, a pessoa não apresenta nenhum tipo de sintoma claro.
Se não forem tratados, os coágulos sanguíneos podem viajar pela corrente sanguínea até ficarem presos nos pulmões. Isso corta o fluxo sanguíneo e pode resultar na embolia pulmonar (EP), que pode ser fatal. É importante, especialmente para diabéticos, consultar seu médico se observar algum sintoma de TVP.
Prevenção e Cuidados Essenciais
Embora o diabetes mellitus seja relatado como um fator de risco para tromboembolismo venoso (TEV), pessoas com diabetes são frequentemente hospitalizadas por doença médica ou cirurgia, ou confinadas a uma casa de repouso, todos os principais fatores de risco de TEV.
Pacientes com diabetes que foram hospitalizados por qualquer condição relacionada ao tromboembolismo não venoso ou tiveram cirurgia de grande porte precisam ser monitoradas quanto ao desenvolvimento de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar.
Pacientes que já estão em um estado pró-inflamatório são aconselhados a melhorar seu estilo de vida, incluindo atividades físicas moderadas e acompanhadas por um profissional, além de evitar o máximo possível de sustentação de peso, descansar o pé sempre que possível em uma superfície elevada para manter a saúde da circulação sanguínea.
A prevenção da trombose em pacientes diabéticos envolve o controle rigoroso dos níveis de glicose e a adoção de hábitos saudáveis. Algumas medidas fundamentais incluem:
- Manter a glicemia controlada: o acompanhamento regular com um endocrinologista e a adesão ao tratamento são essenciais para evitar complicações vasculares;
- Praticar atividades físicas: exercícios ajudam a melhorar a circulação e reduzem o risco de coágulos;
- Evitar o tabagismo: o cigarro agrava a inflamação dos vasos sanguíneos, aumentando a predisposição à trombose;
- Hidratar-se adequadamente: a ingestão de líquidos ajuda a manter a fluidez do sangue e evita sua hipercoagulação;
- Fazer uso de medicamentos conforme indicação médica: em alguns casos, anticoagulantes podem ser prescritos para reduzir o risco de trombose.
As pessoas com diabetes devem ficar atentas aos sintomas como dor e inchaço nas pernas, sensação de peso, falta de ar e dor no peito, que podem indicar trombose. Caso esses sinais apareçam, é fundamental procurar um especialista em Angiologia ou Cirurgia Vascular imediatamente para uma avaliação rigorosa e tratamento adequado.
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Artigo Publicado em: 24 de set de 2020 e Atualizado em: 03 de abr de 2025